Luxo, na maioria das vezes, é definido ou está associado ao valor alto do produto, serviço ou exclusividade. Algo a que uma pequena parcela da sociedade é capaz de obter e que tem seu preço justificado pela exclusividade ou pelo valor dos produtos empregados. No meu ponto de vista, fico com a exclusividade, mais do que com o valor. Mas não no sentido de algo a que poucos têm acesso, mas sim a uma escolha que é muito particular, individual, por isto , exclusiva.Não me seduz alugar carros caríssimos para ficar desfilando pelas ruas de Mônaco ou pela Côte D´Azur, ou mesmo me hospedar em hotéis 5 estrelas de cadeias internacionais. Luxo para mim é poder me misturar com a multidão de uma cidade e vivenciar um pouco da cultura local, mesmo que, às vezes , de maneira não tão confortável. O prazer de estar junto a culturas tão distantes da minha, de maneiras diversas de viver, me proporcionam uma reflexão e revisão de valores que me fazem crescer como ser humano, e isto sim é o meu luxo. Devo esclarecer que tenho um apreço enorme pelo belo, pela harmonia das formas. Nas minhas viagens a trabalho com grupos fico sempre nos melhores hotéis das cidades. Não quero dizer que não gosto de ficar em lugares bonitos e confortáveis, mas quero sim, dizer que priorizo o contato humano e o aprendizado com culturas diversas e se for preciso abrir mão do conforto, o faço. O meu comportamento em viagem que mais se aproxima do conceito tradicional de luxo é tomar um brunch em um lindo hotel em uma cidade na qual estou. Isto fica para sempre no meu baú de memórias. Não me esqueço do brunch maravilhoso que tomei com amigas no hotel Leela Palace em Dehli, Índia. Mas, mesmo em ambiente tão requintado, muito mais do que a beleza do lugar e a delícia do champanhe gelado e da gastronomia, prevaleceu a fantástica companhia das pessoas queridas que estavam comigo.
Poderia citar vários brunchs maravilhosos que tomei ao redor do mundo: Hotel Raffles em Cingapura, Alvear, Buenos Aires, The Palace, África do Sul… Estes são um dos momentos que tiro para saborear as delícias gastronômicas e refletir sobre o que vi nas ruas daquelas cidades, nos convívios que tive com as pessoas locais. Agradecer pela alegria de estar vivo, saudável e poder conhecer um pouco do mundo. Para mim, viagem é aprendizagem, é crescimento interior. Este é o meu luxo.
Mas as pessoas são diferentes, é que bom que o sejam, o mundo seria monótono se todos gostassem das mesmas coisas e fôssemos todos iguais, por isto lhes pergunto sem nenhum juízo de valor à sua resposta: Qual o seu luxo em uma viagem?